As agtechs, também conhecidas como agrotechs, são startups focadas em desenvolver soluções inovadoras para o agronegócio.
Essas empresas estão diretamente relacionadas à inovação no mercado agro, trazendo tecnologia e automação com foco no aumento da produtividade no campo.
No geral, as agtechs atuam em diferentes segmentos dentro do mercado, sendo alguns deles:
- Agricultura de precisão;
- Automação e robotização;
- Biotecnologia;
- Marketplace agtech;
- Midstream technologies: serviços de logística, transporte, rastreabilidade e segurança alimentar especializados para o agronegócio;
- Novel farming: fazendas verticais, fazendas de insetos, aquacultura e novos ingredientes vivos, como micróbios para uso em alimentos, bem como para outras indústrias e aplicações.
Além de fintechs, edtechs e outros modelos de startups que estão atreladas ao agro.
Para a Arara Seed, as agtechs são muito mais do que tecnologia, são uma forma de aumentar a produtividade de alimentos no campo visando amplificar níveis de segurança alimentar no Brasil e mundo, além de levar hábitos conscientes ao maior número de pessoas por meio de boas práticas sustentáveis no campo.
Como a inovação e a tecnologia estão contribuindo para o setor?
O agronegócio se estabeleceu nos últimos tempos como um dos setores mais pujantes na economia mundial, impulsionado pelo aumento do consumo de alimentos atrelado ao crescimento da população. Ou seja, quanto maior a população mundial e um poder aquisitivo maior dessa população, maior o consumo de alimentos em nível global. No Brasil o movimento não foi diferente e hoje o agronegócio é um dos principais vetores da economia real, representando 25% do PIB.
E como suprir a crescente demanda desse setor? A resposta está na inovação tecnológica.
Entretanto, o foco somente na produtividade via inovação tecnológica não é o suficiente. Há também o substancial aumento da preocupação do consumidor com a redução do impacto ambiental atrelado às emissões de carbono. Assim, surge mais um desafio para as empresas do mercado, que buscam por uma maior produtividade atrelada à sustentabilidade. Dessa forma, empresas de soluções sustentáveis também vêm nascendo entre as agtechs pujantes no mercado.
Diferentes categorias de agtechs e cases de sucesso
Quando mergulhamos mais profundamente nas agtechs, temos diferentes vertentes de startups solucionando variados problemas e inovando o mercado.
Categorias gerais de agtechs
Automação e robotização
Como o nome já diz, especializadas em automatizar processos na estrutura agropecuária, trazendo mais inovação e tecnologia ao campo, aumentando a produtividade das safras, facilitando a gestão das mesmas e poupando tempo e esforço em processos antes manuais.
Case: Xmobots (Brasil)
Fundada em 2007 por um time de engenheiros mecatrônicos, a XMobots é uma empresa brasileira especializada no desenvolvimento e fabricação de RPAS (Aeronaves Remotamente Pilotadas) ou VANTS (Veículos Aéreos Não Tripulados) para aplicações de engenharia (agronomia, topografia e civil), utilizando drones para mapeamento de terrenos e sensoriamento remoto.
Biotecnologia
A biotecnologia dentro das agtechs está voltada à inovação em soluções biológicas para uso agropecuário e agroindustrial, incluindo genética de alta tecnologia para diferentes insumos e matérias, bioenergia e produção de biomateriais.
Case: Solubio (Brasil)
A Solubio desenvolve tecnologia integrada com padrão industrial e fornece todos os equipamentos, insumos, controle de qualidade, treinamentos e assistência técnica para seus clientes poderem produzir seu próprio bioinsumo na fazenda.
Marketplace agtech
Case: Clicampo (Brasil)
A Clicampo é uma plataforma para agricultores de pequenas e médias empresas, fornecendo soluções de cadeia de suprimentos e negócios para aumentar sua receita, alavancando tecnologia inovadora. A empresa conecta produtores de alimentos frescos diretamente com serviços de alimentação e varejo, por meio de um conjunto de soluções tecnológicas que impulsionam as operações de ponta a ponta e atendem às suas necessidades de negócios.
Recentemente a empresa anunciou a captação de R$ 40 milhões em uma rodada semente liderada pelos fundos Valor Capital Group e MAYA Capital.
Case: Agrofy (Argentina)
Marketplace que concentra compra e venda de sementes, insumos e equipamentos agrícolas. Com dados, tecnologia e estratégia visam impulsionar as vendas das empresas do setor e facilitar a vida de milhares de produtores rurais dentro de um mercado pouco digitalizado. A empresa argentina já está presente em vários países da América Latina e trabalhando na criação de um ecossistema de soluções digitais que conectam toda a cadeia do agronegócio.
Midstream technologies
Serviços de logística, transporte, rastreabilidade e segurança alimentar especializados para o agronegócio. No geral, são empresas que atuam e resolvem os principais problemas no ‘meio da cadeia’ logística, conectando os produtores ao varejo ou outros distribuidores.
Case: Checkplant (Brasil)
A empresa atua em 3 frentes:
Farmbox – Ajuda produtores agrícolas a tomar decisões mais inteligentes, que economizam insumos, reduzem os impactos ao meio ambiente e protegem a lavoura de pragas e doenças.
Caderno de Campo – Software online que otimiza a gestão integrada para fruticultores. Possui mecanismos eficientes para a realização de planejamentos, avaliações precisas dos funcionários e atividades do campo, gerência de ordens de serviço e monitoramento de pragas. Tudo em conformidade com os principais programas de certificação (GlobalGAP, PI) e rastreabilidade.
Track&Trust – Sistema online de rastreabilidade para indústrias e packing-houses. Facilita o registro instantâneo e a identificação dos lotes de produção, integrando avaliações de qualidade, movimentações logísticas e estoques. É possível ver as quantidades recebidas, produzidas e expedidas por meio de relatórios inteligentes, otimizando o trabalho operacional, gerencial e comercial da empresa cliente.
Novel farming – Novos sistemas agrícolas
Fazendas verticais, fazendas de insetos, aquacultura e novos ingredientes vivos, como micróbios para uso em alimentos, bem como para outras indústrias e aplicações.
Case: BeGreen (Brasil)
A BeGreen trabalha com aquacultura. Produzem por hidroponia, 100% livres de agrotóxicos e unem tecnologia e sustentabilidade aos processos.
Quais são as principais tendências para a inovação no agro
Agricultura de precisão
Olhando para as principais tendências de inovação no agro, temos diferentes teses aquecidas dentro do setor, contemplando soluções tecnológicas para o campo focando em melhoria da produtividade, bem como soluções sustentáveis para o campo, focando em crédito de carbono e alimentos plant based.
Entre as startups mapeadas, há destaque para a categoria de agricultura de precisão, composta por softwares de gestão da produção agropecuária e de soluções de IoT e data analytics para o campo. Há, no entanto, uma diversidade muito interessante de categorias e especializações, como se observa na distribuição equilibrada de startups nas demais categorias. Essas são empresas focadas em soluções para coleta de dados no agronegócio, softwares de apoio à gestão e big data analytics, utilização de IA na gestão de safras e controles biológicos.
É dentro dessa categoria que temos o maior case de agtechs visto no Brasil, Solinftec, que já captou mais de $ 146.6 milhões em 5 rodadas de investimento. A empresa tem sua atuação focada no desenvolvimento de soluções para monitoramento, otimização e rastreabilidade em tempo real das operações agrícolas presentes nos maiores players globais na produção de alimentos e biocombustíveis. Assim, sendo líder no desenvolvimento de soluções para os mercados de açúcar, etanol, grãos e algodão.
Matriz comparativa entre as principais categorias dentro da agricultura de precisão:
Alternativas sustentáveis para a proteína animal: alimentos plant-based e carne de laboratório
De acordo com o The World Economic Forum, em 2050 a população mundial deve chegar a 9,8 bilhões de habitantes. Esse crescimento da população e a amplificação de renda resultarão em um aumento de 88% na demanda de proteína para alimentar a população mundial.
Sendo assim, como suprir essa demanda?
Uma das maneiras de suprir a alta demanda por proteína animal são os alimentos plant-based. O mercado de plant based no Brasil registrou um crescimento anual de 11,1% nos últimos cinco anos, segundo dados da agência Euromonitor. O faturamento do setor, que era de US$ 48,8 milhões em 2015, passou para US$ 82,8 milhões em 2020 – uma alta de quase 70% no período. Para 2025, a estimativa é que o segmento venda US$ 131,8 milhões no país.
A tendência já vem sendo emplacada por diversas multinacionais e grandes frigoríficos, que já passaram a comercializar alimentos plant-based e têm eles dentro de seu portfólio.
Outra tendência do setor são as carnes de laboratório, feitas a partir da retirada uma pequena amostra de tecido do animal vivo (bovinos, suínos, frango ou pescado), por biópsia ou a partir de uma célula embrionária. Em uma placa de cultivo fora do animal, essa amostra é alimentada com nutrientes até que forme um tecido completo.
Tudo o processo acontece dentro de biorreatores, equipamentos que funcionam como um vaso onde a célula poderá se multiplicar. Em linhas gerais, a utilização de biorreatores já é feita pela indústria de alimentos na odução de derivados do leite e de cervejas.
Crédito de carbono
O que é crédito de carbono e como funciona?
Um crédito de carbono é um certificado que atesta que uma tonelada de carbono deixou de ser emitida na atmosfera. Um crédito de carbono está sendo negociado no mercado voluntário entre US$ 10 e US$ 12 cada.
Cases de startups relacionadas à tese vêm ganhando bastante força no Brasil e no mundo. O principal case nacional é a startup Bluebell, que iniciou suas operações em 2022 com o objetivo de incentivar o uso de tokens ligados a créditos de carbono para aumentar a negociação desses ativos e a preservação ambiental ligada a eles, unindo o tema à tecnologia blockchain.
A ideia da empresa é conectar produtores e compradores de compensação ambiental nos chamados créditos de carbono. Para isso, foi desenvolvido um token, o bluebell, que é gerado a cada tonelada de carbono que deixou de circular na atmosfera.
Com três meses de operação, a Bluebell fechou cerca de US$ 40 milhões de faturamento previstos para o seu primeiro ano, atendendo clientes como a Minerva, líder na América do Sul na produção de carne e derivados, e a Eisa, uma das principais comercializadoras de café e algodão do Brasil.
Como os fundos de venture capital no Brasil e no mundo estão olhando para o setor?
Apesar da importância do setor primário na balança comercial brasileira, o ecossistema de agtechs ainda é relativamente pequeno se comparado ao de outros setores como o financeiro ou o varejo. Mesmo assim, observamos uma tendência de crescimento orgânica, com um número cada vez maior de empreendedores desenvolvendo soluções para a cadeia do agronegócio.
Ainda que o setor agropecuário signifique pouco mais de 25% do PIB brasileiro, o investimento ativo em agtechs foi bem menos significativo se comparado a setores como financeiro, imobiliário e varejo nos últimos anos. O baixo volume de investimentos em startups do setor passou a crescer a partir do ano de 2017, mostrando-se ser um mercado crescente para startups do agro, que conta com ainda muita oportunidade de investimento em early-stages.
Ainda no primeiro semestre de 2022, as agtechs já levantaram R$ 54,7 milhões em dez rodadas de investimento. O montante total investido corresponde a mais da metade do aportado em rodadas no ano de 2021, quando as agtechs captaram R$ 109,2 milhões em 34 deals, atrelado a um número substancialmente crescente de agtechs ano a ano.
Para entender mais sobre o momento de mercado de agtechs, acesse nosso artigo “Mercado de venture capital e potencial de crescimento de agtechs no Brasil”.
A Arara Seed está inovando o mercado e o investimento em agtechs
A Arara Seed é um novo jeito de investir e captar recursos para startups dos setores de agricultura, alimentos e bebidas. A Arara Seed é uma plataforma de financiamento coletivo (equity crowdfunding) que une empreendedores e startups para promover um ambiente colaborativo, escalável e inteligente.
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