Foodtechs: inovação no setor de alimentos e bebidas Foodtechs: inovação no setor de alimentos e bebidas

Foodtechs: inovação no setor de alimentos e bebidas

13 minutos para ler

A alimentação é um dos setores mais importantes da economia, pois está ligado diretamente à vida e, por isso, encara os maiores desafios da humanidade afetando todos os objetivos da ONU. Com o notável crescimento das foodtechs podemos esperar um futuro com mais conveniência para os consumidores conscientes, ou seja, ao mesmo passo que melhoramos a experiência de consumo, geramos impacto positivo para toda a cadeia de valor.

Seria impossível não notar a diferença que a pandemia trouxe no comportamento do consumidor em relação à forma que nos alimentamos e à mudança que os restaurantes tiveram para se adaptar a esse novo mercado. Mas afinal, como isso tudo está revolucionando o setor de alimentos e bebidas? O que já está funcionando no Brasil e no mundo? E ainda, como investir em inovação pensando no consumo consciente? Continue a leitura e descubra!

O que é uma foodtech?

Uma junção entre alimentação e tecnologia forma o termo em inglês. O objetivo desses negócios é aplicar inovação e funcionalidades digitais na produção, distribuição e comercialização de alimentos. Entre os principais segmentos, destacamos:

  • Super foods;
  • Delivery e logística;
  • Plant-based: biotecnologia para produção de alimentação à base de plantas;
  • Aplicativos e serviços para consumidores;
  • Gestão de desperdício: reaproveitamento e redução de perdas;
  • Plataformas farm-to-table (conexão direta entre produtor rural e consumidor final); dentre outras.

Outro ponto fundamental de uma foodtech é a possibilidade de explorar dados para oferecer serviços aos consumidores. Hoje temos um novo elemento importante na abordagem de clientes que é a jornada e a experiência do consumidor. Essa jornada está muito mais digital e próxima do cliente e, até certo ponto, bastante previsível.

Para a Arara Seed, as foodtechs são muito mais do que tecnologia, são uma forma de levar hábitos sustentáveis e conscientes ao maior número de pessoas por meio da alimentação.

Como a inovação e a tecnologia estão contribuindo para o setor?

A pandemia de Covid-19 impulsionou muitas ações digitais. Nesse cenário, consumidores alteraram principalmente o seu comportamento de compra. Veja agora alguns dos pontos principais dessa transformação.

Delivery e logística

Os aplicativos certamente são os atores de maior destaque em foodtechs. Com eles, os empreendedores puderam vencer distâncias e desafios de produção em larga escala e ofereceram diversos serviços aos consumidores.

Por meio dessa ferramenta, tanto a startup quanto o cliente conseguem gerir suas preferências, ter acesso a históricos de compra, saber sobre novidades com antecedência, dentre outras funcionalidades e comodidades.

Durante a pandemia houve uma explosão de compras online e, para que a logística de entrega funcionasse, foi necessário usar aplicativos robustos e inteligentes.

Um desafio na comercialização de alimentos é certamente a logística e a gestão de estoque. Diversos fatores influenciam nesse serviço, como a perecibilidade de alimentos, o tempo de entrega e a experiência do cliente.

Não adianta conseguir a venda se a entrega não atende a satisfação do cliente. Espera-se, por exemplo, que um hambúrguer chegue rápido e quentinho. Da mesma forma, a bebida deve vir gelada e conservada.

Nesse ponto, a tecnologia teve que gerar recursos de controle de dados, previsibilidade de estoque, fabricação de embalagens e alocação de entregadores. Tudo isso para que a entrega fosse garantida com a máxima qualidade e rapidez.

Gestão de desperdício: reaproveitamento e redução de perdas

Outros recursos vieram para garantir a sustentabilidade do negócio, considerando restos de alimentos e administração de resíduos. O aproveitamento, nesse caso, aprimora a geração de alimentos e proporciona maior responsabilidade ambiental.

Nesse setor damos destaque à startup Food to Save, uma foodtech pautada em governança ambiental, social e corporativa (da sigla em inglês ESG) que transforma o desperdício de alimentos em oportunidade: por meio de um app é possível comprar dos estabelecimentos parceiros sacolas surpresa de produtos que seriam descartados (todos aptos para consumo), com até 70% de desconto.

Tecnologia de alimentos

A biotecnologia é um dos recursos que não só aumenta o nível de sustentabilidade, como torna a produção de alimentos (inclusive em alguns fast-food) mais saudável ao consumidor, por exemplo, ao produzir à base de plantas.

A tecnologia de alimentos também promove diversas alternativas para que o empreendedor aumente a qualidade, durabilidade e o armazenamento dos produtos. Dentre os principais recursos, apontamos:

  • ultracongelamento;
  • robótica;
  • nanoengenharia; e outros.

Farm-to-table e DNBs

A relação entre o produtor, intermediários e consumidor final está caminhando para um lugar cada vez mais personalizado e, observando essa movimentação surgem startups farm-to-table, interessadas em encurtar o caminho entre a plantação e a mesa do consumidor. Em destaque temos algumas marcas digitalmente nativas (digitally native brands, DNB).

As DNBs buscam saber tudo sobre o seu cliente e não há intermediários nessa relação. Elas são capazes de usar milhares de pontos de informação para aprimorar seus produtos com base naquilo que seu público realmente demanda.

Como diria Daniel Chalfon em seu artigo no Astella Matrix:
“A combinação dessas informações de cada transação com a capacidade de ouvir de maneira ordenada o que está sendo falado nas redes sociais (social listening) cria uma relação honesta e produtiva entre marcas e consumidores que resulta em uma linha de produtos mais enxuta e sensata. É uma relação ganha-ganha. Clientes mais felizes com produtos mais relevantes e econômicos, e a empresa que evita custos desnecessários com trade marketing, pesquisas e SKUs que ficam encalhados.

As marcas nativas digitais por meio do uso estratégico de mecanismos digitais reforçam a divulgação de seus serviços e relacionamento com o consumidor. A essência da marca, o branding e seu posicionamento, principalmente perante as redes social faz com que empreendedor amplie o alcance de sua marca, educando os clientes a um consumo de produtos mais consciente e saudáveis.”

Big Data e inteligência de dados

Todo esse boom de acesso a aplicativos de delivery gerou um aumento significativo de dados. Eles podem ser usados a favor do negócio para prever com mais precisão: comportamentos de compra, features de produto e no app, a experiência dos usuários e principalmente comportamentos padrões dos consumidores.

Com essas análises é possível aumentar a capacidade de adquirir clientes, olhar para padrões comuns de consumo, otimizando assim a verba de aquisição e consequentemente trabalhando para a redução do custo de aquisição de clientes (CAC).

Tecnologias sustentáveis

Nesse ponto, identificamos uma tendência natural de produzir alimentos em maior escala, porém, mais saudáveis e com menor impacto ambiental. Há uma perspectiva de aumento de consumo de alimentos para 10 bilhões de pessoas nas próximas décadas e isso aponta à necessidade de uma produção consciente e inteligente para atender essa massa. Algumas das tecnologias envolvidas nesse processo são:

  • desenvolvimento de carnes em laboratórios;
  • produção de comidas em impressoras 3D;
  • produção plant-based; dentre outras.

Como os fundos de venture capital estão olhando para as foodtechs?

No Brasil e no mundo, diversos investidores estão interessados no mercado de alimentos e bebidas. Grandes nomes do mercado como Jeff Bezos e Bill Gates estão aportando recursos nessas startups. Outros aportes vêm de aceleradoras e investidores anjos.

No Brasil damos destaque ao fundo da Outcast Ventures, com sua tese de investimento voltado para o setor de alimentos e bebidas.

O fundo Valor Siren Ventures é um dos atores no mercado internacional, aliado à Starbucks, o investimento no setor de alimentos e bebidas é um dos principais focos.

Já a Five Seasons Ventures é outro fundo internacional de destaque. O fundo já desembolsou 77 milhões de euros em 2018 e lançou um fundo no valor de 180 milhões de euros para foodtechs chamado de Five Seasons new Fund II.

O fundo brasileiro Monashees investiu em 2019, 8 milhões e meio de dólares na foodtech Fazenda Futuro.

Damos destaque também à startup The Coffee que captou R$ 28 milhões em uma rodada liderada também pela Monashees.

Abaixo listamos as foodtechs mais investidas, conforme o estudo FoodTech Report 2022 realizado pelo fundo Outcast Ventures em parceria com a Distrito.

Quais as foodtechs brasileiras que merecem destaque?

São dezenas de startups que admiramos e a cada mês novas foodtechs ganham destaques na mídia. Abaixo listamos algumas empresas que nos chamam atenção pelo seu modelo de negócio e inovação em seu mercado.

Veroo Cafés

Veroo é café de verdade, de gente pra gente. A Veroo conecta os pequenos produtores de todo o Brasil a consumidores conscientes.

A Veroo questiona o motivo de o Brasil, o maior produtor de café (e um dos maiores consumidores) não consumir café com a qualidade que nosso povo merece; e ainda os verdadeiros protagonistas dessa bebida, os produtores, por muitas vezes ficam esquecidos e não recebem o que é justo pelo seu café. A Veroo luta por uma cadeia de valor mais justa, unindo produtores a consumidores conscientes.

Por meio de um clube de assinatura mensal o cliente escolhe seu plano e conta com a curadoria de um barista fazendo a seleção de cafés especiais e recheados de histórias. As experiências sensoriais são criadas para fazer os consumidores viajarem para a roça sem sair de casa. A Veroo foi fundada em 2019 e por sua plataforma já passaram mais de 5.000 assinantes.

BeGreen

Essa foodtech embarcou na ideia de alimentação saudável e investiu todos os seus esforços em eliminar agrotóxicos de verduras e vegetais. A ideia está em transferir imediatamente a hortaliça para a mesa do consumidor.

Para que isso seja possível, a produção da empresa prevê aproximadamente 130 mil pés de hortaliças colhidas por mês, sendo que esse processo deve ser feito momentos antes do consumo, proporcionando mais sabor, frescor e qualidade.

A expertise inclui modelo de negócios baseado em economia circular, por meio de clubes de assinaturas e biotecnologias de produção como estufas hidropônicas, que priorizam o cultivo em água em vez do solo.

Liv Up

Mais uma startup com o compromisso de levar comida saudável à mesa do brasileiro, a Liv Up oferece carnes, frutos do mar, sopas, pratos vegetarianos e acompanhamentos de alta qualidade e sabor.

As tecnologias envolvidas contemplam ultracongelamento de alimentos, ingredientes orgânicos e agricultura familiar. Outras estratégias digitais aplicadas são:

  • aplicativo para delivery e saladas de consumo imediato;
  • mercado online com diversos itens alimentícios;
  • site próprio.

Raízs

O feeling da foodtech Raízs foi aproximar pequenos produtores rurais e consumidores. Para garantir qualidade, requisita auditoria e reconhecimento da Certificadora de Orgânicos IBD. A plataforma entrega de segunda a sábado, entre 7h e 13h, diversos itens de mercearia.

Destacamos como principais inteligências da marca a colheita realizada somente após a confirmação da compra e a iniciativa de incentivo por meio do Fundo do Pequeno Produtor, que angaria doações diretas aos agricultores no valor de R$ 30,00.

Foodz

Já a Foodz investiu na solução da correria do dia a dia dos consumidores. Muitos trabalham e precisam de refeições rápidas, mas não encontram alternativas saudáveis e nutritivas.

Dessa forma, a foodtech desenvolveu um shake especial. O alimento é produzido em pó e promete contemplar as principais necessidades de nutrição do organismo humano.

A tecnologia foi aplicada diretamente nos alimentos por meio de profissionais especialistas como nutricionistas e engenheiros de alimentos. As receitas não contêm glúten ou lactose e aplicam plant-based contendo basicamente:

  • 25 gramas de proteínas;
  • 26 vitaminas e minerais essenciais;
  • fitonutrientes;
  • carboidratos de baixo índice glicêmico;
  • leite de coco;
  • fibras de aveia.

Beleaf

O meio ambiente também é uma das principais responsabilidades da foodtech Beleaf. O objetivo é oferecer alimentos com produção por meio de plant-based e garantir um alimento saudável ao consumidor, equilibrando macronutrientes, vitaminas e minerais.

Além disso, a marca trabalha as estratégias circulares como a comercialização por meio de planos de assinatura com diversas faixas de preço e entregas mensais.

A produção consciente e sustentável de alimentos gera benefícios notórios ao meio ambiente. Fundada em 2016, a startup já contabiliza economia de mais de 90 milhões de litros de água, mais de 160 toneladas de CO2 e mais de um milhão e seiscentos mil metros quadrados de terra.

Como a plataforma Arara Seed inova investindo em foodtechs?

A Arara Seed é um novo jeito de investir e captar recursos para startups dos setores de agricultura, alimentos e bebidas. A Arara Seed é uma plataforma de financiamento coletivo (equity crowdfunding) que une empreendedores e startups para promover um ambiente colaborativo, escalável e inteligente.

Invista em startups que utilizam tecnologia para revolucionar os setores de alimentos e agrícola no Brasil.

  • Diversifique seu portfólio;
  • Invista em modelo de negócios inovadores;
  • Com toda governança e transparência que os investidores merecem;
  • Startups criteriosamente selecionadas pelo nosso time de especialistas;
  • Venture Capital Digital: um novo jeito de investir na nova economia;
  • Somos uma plataforma regulada pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários – ICMV 588).

Se você tem interesse em saber mais sobre as oportunidades de investimentos em foodtechs e receber conteúdos exclusivo cadastre-se em nossa newsletter.

Conclusões: foodtechs x sustentabilidade x tecnologia

A junção entre tecnologia e sustentabilidade é perfeita para gerar um serviço de oferecimento de alimentos mais saudável, escalável e organizado. O conceito de foodtech vai ao encontro disso e otimiza esse processo.

Dados são essenciais para aprimorar a publicidade dos serviços, melhorar a qualidade de seus produtos, acelerar o fluxo logístico e principalmente qualificar o relacionamento com o consumidor.

O uso de tecnologia em foodtechs é crucial para resolver um dos maiores desafios que é a escalabilidade de comercialização de alimentos. Assim, o empreendedor consegue vencer barreiras geográficas e limitações de quantidades para gerar mais e melhores alimentos ao consumidor.

Se você possui uma foodtech, queremos te conhecer. Nós somos um novo jeito de investir e captar recursos para startups do agribusiness. Faça seu cadastro conosco agora mesmo!

Posts relacionados

Deixe um comentário